Elas: Laszlo Badet
Conheça a modelo, costureira e chef de cozinha que une múltiplos mundos artísticos. Para Laszlo, a comida não se resume apenas ao sabor, mas é um meio de contar histórias.
De sua antiga vida como costureira em uma renomada casa de moda parisiense, ela preserva o senso de precisão e atenção aos detalhes.
Nos conta sobre sua trajetória?
Nasci na Suíça, onde fiquei até os 18 anos. Cresci na natureza, com uma família grande. Estudei alta costura em Lausanne por três anos e, aos dezoito, me mudei para Paris para fazer uma formação em Luxury Craftsmanship nas grandes marcas de moda. Nesse momento, entrei no ateliê da Chanel e fiquei lá por cerca de dez anos. Depois desses dez anos, eu tinha 28 anos e novos desejos. A culinária sempre me atraiu; eu sempre cozinhei, então decidi mudar completamente meu dia a dia e me dedicar 100% a essa profissão.
Durante o verão na Itália, Laszlo transforma nossas peças clássicas em parceiros de sua arte de viver.
Você poderia sugerir um prato para o começo do verão?
Quando o verão chega, sempre me pego fazendo infinitas variações de saladas de tomate. Sempre amei tomates, então muitas vezes os aprecio no almoço! Atualmente, faço uma salada de tomate com mozzarella, tomates crus Coeur de Boeuf e tomates cereja grelhados com alho. Muito azeite, depois mozzarella, algumas nozes que tenho à mão. Hortelã, manjericão... Um pão gostoso, levemente duro, e fico encantada. No início do inverno, o foco é nas sopas. Redescubro todos os vegetais da estação e suas combinações, fazendo sopas que aprecio com uma grande tábua de queijos, quentinha e aconchegante.
O que inspira você na vida e no trabalho?
Viajar e aproveitar minha casa em Paris. Adoramos viajar tanto quanto gostamos de cuidar de nosso lar. O que fazemos durante as viagens ou em casa é muito enriquecedor para nós.
Como seria um dia perfeito para você?
Acordar em casa, preparar um café da manhã simples com manteiga e sal grosso. Um café preto e meu gato por perto. Em seguida, eu cuidaria das minhas plantas enquanto o sol nasce. Passaria toda a manhã fazendo isso, depois cozinharíamos um bom prato de verão. À tarde, daríamos um passeio com meu parceiro, depois voltaríamos para Paris para tomar um drink com amigos, rir até tarde da noite e ir a um restaurante. Ir para a cama tarde, com a mente cheia de alegria, amizade e histórias.
Você poderia compartilhar uma música que ama?
As canções da minha infância que meus pais ouviam em casa quando não era a France Inter. Minha mãe adorava Nougaro, Keren Ann e Benjamin Biolay, enquanto meu pai muitas vezes escutava música de piano bem alto. Ele gostava de tocar música em alto volume em casa, no carro... Sempre me deixava feliz saber, mesmo quando criança, que a música era uma linguagem de emoções.
Existe um livro que carrega uma memória especial para você?
Há um livro que me emocionou profundamente na infância, "A delicadeza", de David Foenkinos. Faz anos que não o leio, e meus gostos mudaram desde então, mas eu gostava muito dele na época, e o personagem Nathalie me fascinava. Depois li todos os livros subsequentes do mesmo autor, acabando por me cansar deles e me voltando mais para a poesia, livros de arte, livros ilustrados...
Qual é sua citação favorita?
"Ne pas se prendre pour la queue de la poire / Não se achar o tal." É uma expressão suíça que significa que a pessoa não deve ter uma opinião muito alta de si mesma. E também adoro esta: "Y'a pas le feu au lac / Não há fogo no lago." Na Suíça, essa expressão é muito comum, mas para mim, quando a ouço, não consigo deixar de imaginar o Lago de Genebra em chamas, e acho a ideia toda bastante absurda!